Resenha: Selvagens à Procura de Lei, Cândido e Drops 96 no Odisséia!
Ah, o Odisséia! Como não amar esse antro Indie/Rock n' Roll do Rio de Janeiro?
Localizado na Lapa, o Odisséia se tornou um dos polos musicais do Rio de Janeiro e, desde 2004, vem sendo um dos locais mais procurados pelos jovens no Rio de Janeiro. Neste domingo, dia 24/04/2016, tive o prazer de acompanhar o show da Selvagens à Procura de Lei, com abertura da Cândido e Drops 96.
CÂNDIDO
Uma das melhores coisas de se fazer resenha de show é o inesperado. Eu só conhecia a Cândido de nome e nunca havia parado para escutar essa banda. Cara, que ERRO meu. As músicas têm uma pegada mais dançante, mas com muita ênfase na distorção. A Cândido foi fundada a partir da banda E-meio em 2010, por Pietro Santos e Thomas Ferreira, e desde lá eles tem tocado pelas casas de show da Cidade Maravilhosa.
A banda prezava pelo envolvimento do público no show e já na segunda música, "Deu vontade eu faço" mesmo com a casa com menos da metade do público total, já tinha muita gente que conhecia a letra. Isso ocorreu em mais de um momento do show.
O vocalista da banda, Pietro Santos, muito gente boa por sinal, não parava um minuto no palco. A música festiva da banda contagiava tanto ele quanto o público e ele, em especial, fazia uma dança com momentos de Mick Jagger, Anthony Kiedis e alguém com convulsão. Uma ótima presença de palco.
A banda havia prometido uma surpresa para os fãs e era uma música nova. A música falava sobre a vida e o vocalista fez uma bela analogia para introduzi-la.
Como nem tudo são rosas, só teve uma coisa que eu senti meio "mééh"**. A última música que a banda tocou não foi tão potente quanto as outras. A banda começou o show de forma alucinante, fazendo todos pularem e dançarem já nas três primeiras músicas mas terminou de forma mais contida. Contudo, gosto é gosto! Recomendo demais o show da Cândido!
Ps: O vocalista é gente finíssima e o baixista me deu uma palheta. Não era a palheta da banda, mas sabemos o quão difícil é achar palhetas e ele ainda achou uma! Parabéns pela organização hahaha **mééh - forma alternativa de se dizer que algo não foi tão bom quanto o esperado. .
DROPS 96
A Drops 96 já nos concedeu uma entrevista genial e, pela primeira vez, pude presenciar o show deles. A banda foi formada em 2006, como uma banda de colégio e em 2010, como diz o site deles, colocaram o pé na estrada. A banda tem 3 álbuns sendo o terceiro, "Busque Mais da Vida", de 2016. Todos eles foram feitos a partir de campanhas de crownfounding.
Ao ver pela primeira vez a banda eu já percebi que eles estão muito entrosados. Estava tudo dando errado "tecnicamente" com a banda e eles conseguiam levar bem! Havia algo acontecendo com o teclado, um pessoal foi ajudar eles e acabou derrubando mais coisas. Foi um início um tanto quanto conturbado, mas nada que afetasse muito o show.
A banda tem como vocalista principal o Fabio Valentte, mas a presença de palco ficava a cargo de todos os membros da banda. Até o tecladista da banda, Nando, em alguns momentos, saia do seu posto para cantar junto com os outros integrantes na "linha de frente" do palco. Fabio Valentte mostrou muito de sua potência vocal nas músicas novas da DROPS96. Um grande vocalista. O som da banda é muito ligado ao Pop Rock e por vezes se sente alguma influência Grunge, com a lógica da Intro pesada, estrofe leve e refrão pesado. As músicas da banda foram mais cantadas pelo público, que estavam em maior número que na apresentação da Cândido. Isso ajudou muito a montar o clima do show, já que as músicas eram mais voltados pro Rock do que para algo mais "dançante".
A banda é muito bem ensaiada e os membros parecem se sentir muito bem tocando juntos. É bom ver uma banda que está se divertindo fazendo seu show. Muito bom o show!
PS: O baixista me arrumou outra palheta! Não cheguei a papear com eles mas o cara me deu uma palheta ainda no palco! Cara, curti muito! Valeu mano!
SELVAGENS À PROCURA DE LEI
Selvagens é uma banda formada em 2009 em Fortaleza e tem letras bastante influenciadas pelas bandas dos anos 80. De longe a banda mais esperada e conhecida da noite. Praticamente todas as músicas foram cantadas e dava para se escutar gritos histéricos de fãs alucinadas. Imagine aquelas cenas clichês de show de rock. Era BEM isso.
Como eu não conhecia a banda, fique bastante surpreso pelo conteúdo das letras. A banda tem um "q" de revolucionário-dos-anos-80, com letras bastante pertinentes mas não perdem o tom jovial e atual do seu som.
O destaque da banda não se dá pela presença de palco dos músico e sim pela música em si. Afinal, você iria para um show do Oasis, caso eles voltassem, esperando que o Noel Gallaguer dançasse pelo palco? Durante o show inteiro era possível ver pessoas pulando, meninas gritando e eu pude escutar a seguinte frase, que define muito bem o clima do show, durante a apresentação: - Meu Deus, estou toda arrepiada. A música de maior repercussão da banda, Brasileiro, fez todos - ênfase no todos - pularem. A música é ainda melhor ao vivo mas, como sou um cara legal, vou botar o clipe aqui.
Impressionante como as bandas eram boas. Definitivamente, o Rock não morreu!