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Rock S/A Day - Arena Dicró - Resenha


Essa foi a primeira edição do evento na Arena Dicró, evento esse que busca fortalecer a cena de rock nacional, promovendo shows e atividades sobre música, arte e também fazendo campanhas de solidariedade, como nesse edição, onde haviam lugares para doação de roupas e livros.

Abro aqui uma triste observação para o descaso do rapaz que atende na entrada da arena, quando lhe perguntei se a promoção da meia entrada com a doação do livro estava valendo e ele com um ar de "infelizmente sim", me respondeu que estava sim. Um ato tão legal que o movimento propôs, sendo desvalorizado por questão de dinheiro.

O evento começou com a banda Purano, banda de rock, com claras influências do grunge e hard rock. A banda não é muito boa com a presença, mas se nota a força de vontade e que claramente amam o que fazem, sendo talvez só uma questão de vergonha. Esse fato não influencia o som da banda de modo algum, fazendo com que a parte musical da banda seja muito bem trabalhada.

As músicas autorais são de ótima qualidade, mostrando claramente as influências da banda. Todos os instrumentos são aparentes, onde cada um assume muito bem sua função dentro do som. O vocalista tem uma voz muito potente e se vê claramente o seu conhecimento de técnica vocal, somente abro uma crítica para o seu estilo de cantar, que se parece muito com Eddie Vedder, tirando parte da personalidade da banda e a deixando parecida com um cover de Pearl Jam. Espero que resolvam isso, pois gostei muito da banda. Sucesso para vocês!!

A banda lançou recentemente seu novo videoclipe, que ficou muito legal!

Veja-o à seguir!

Após o show da banda Purano, tivemos uma intervenção do movimento Resistência Cultural, com duas apresentações de rap. Começando com um trio de rap bem iniciante, mostrando sua primeira música, não consegui pegar o nome deles e também não acho apropriado falar sobre eles nessa primeira apresentação, pois estavam muito nervosos e acho que não representou nem um pouco o que eles podem ser no futuro. Em uma próxima oportunidade falarei sobre o trio com todo prazer.

A segunda apresentação foi feita pelo grupo Nômades Rap. Esse pocket show evidenciou os maiores problemas do underground atualmente. Na apresentação do grupo Nômades Rap, presenciei (por uma das primeiras vezes, inclusive) algo que jamais achei que veria, um grupo de rap essencialmente bom, com letras fortes e bem escritas, batidas fortes o suticiente pra tremerem a espinha do KLJay e uma presença estupendamente natural. Em contra-partida a isso, um público apático e visualmente insatisfeito, o que me fez pensar sobre a cena em si, quem de fato está pra ouvir e propagar musica boa, e quem vai pra ouvir bandas novas reproduzindo sons antigos e transformar (quem sabe inconscientemente) a cena num movimento retrógrado e repetitivo.

Sem duvidas, o grupo Nômades Rap, foi o destaque do evento, e simplesmente deu uma aula à todos os pseudo-roqueiros underground do que é união pela música, simplesmente arrebatador, um tapa na cara de quem desmerece uma arte tão independente e verdadeira quanto a música.

(infelizmente estava tão concentrado na apresentação dos caras que não pensei em tirar fotos)

Após o show da banda Anceps, fui conversar com os caras, para elogiá-los, e fui recebido do jeito mais sincero e simples. Logo quando me viu, Jeff veio e me um abraço, talvez um dos mais verdadeiros que já recebi em toda vida. Passamos quase uma hora conversando, e cada vez mais fui me tornando fã dos caras, um papo que enriqueceu muito meu pensamento, tanto a cerca da cena da nossa região, quando da cena musical em geral.

Deixo aqui meu agradecimento pelo papo que tivemos, pela experiência que vivi na apresentação do grupo e pelo apoio que me deram em continuar meu trabalho. Digo também que quero logo encontrar vocês novamente, para termos mais uma conversa boa dessa, que engrandece cada vez mais nosso pensamento. Logo logo nos veremos, amigos!

Depois da apresentação do Nômades, veio a banda Anceps, que mesmo com alguns vacilos, que creio que poderiam ter evitado, como deixar para passar o som e afinar os instrumentos no começo da apresentação, fez um som muito legal. Exceto o guitarrista da banda, que parecia claramente querer estar em qualquer outro lugar, não alí, a banda foi muito carismática, com destaques para o baixista, que sempre tocava algum riff entre as músicas e o vocalista que conversou com o pessoal várias vezes.

Gostaria de citar um fato que me intrigou muito, o vocalista da banda desafinava diversas vezes em suas próprias músicas, porém nos covers, com vocais até mais puxados, nao desafinava quase nada, isso me deixou um pouco confuso. Com muito anseio de que a banda evolua, deixo a dica para a banda que tentem melhorar isso, pois de resto está muito bem feito o som.

Dois momentos muito legais no show foram a jam, totalmente improvisada, de Baile de Favela, que chamou o público para dançar com eles, e o cover de "Change" da banda Deftones, música essa que sou apaixonado e gostei muito da interpretação da banda, que soube pôr sua personalidade, sem perder a essência da música original.

O último show da noite foi o da banda Levianos Desmemoriados, a qual peço as mais sinceras desculpas, pois não consegui assistir, somente presenciei as últimas duas músicas, e elas eram muito legais. Na próxima oportunidade, verei o show todo e terei a honra de escrever sobre eles.

Falando sobre essas duas músicas, digo que a banda tem um estilo muito particular, tanto de visual, onde cada integrante é muito diferente do outro, quanto no som, que é muito bem feito. Faço somente uma observação para a presença de palco, onde os integrantes ficaram praticamente parados, quando poderiam chamar o público para cantar e aproveitar o show com eles.

O evento foi incrível e com toda certeza irei nos próximos, espero muito que o evento cresça e se torne muito grande, movendo muitas pessoas por esse motivo tão nobre, a nossa música!

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