Entrevista - Banda ETNO
A grupo brasiliense ETNO é formada pelos músicos Tiago Freitas (voz), Vitor Fonseca(guitarra e vocal), Iano Fazio (baixo e vocal) e Tiago Palma(bateria), e já lançaram 3 discos, sendo o último chamado de "A última fronteira" e conta com uma forma diferenciada de lançamento. Mais informações no belo site da banda, www.etno.com.br. MADM: Poderiam contar um pouco da trajetória da banda para quem não conhece?
ETNO: Somos uma banda de Rock de Brasília com mais de 10 anos. Nós interagimos com várias mudanças que aconteceram no mercado da música ao longo dos anos. Começamos como amigos de escola fazendo um som no recreio e levamos esse sonho adiante. Nosso primeiro disco, "Revolução Silenciosa", foi lançado em 2008 num show com a Nação Zumbi. Nessa época ainda existia o Orkut hehehe. Em 2011 lançamos nosso segundo disco, Setembro, e foi uma noite mágica no Teatro Nacional de Brasília. O disco "Setembro" foi gravado em São Paulo e trouxemos um ótimo aprendizado de lá. Ficamos alguns anos promovendo esses dois discos em festivais e eventos pelo Brasil e, no final de 2015 iniciamos a série de lançamentos para o nosso terceiro álbum.
MADM: Quais foram as maiores conquistas da banda até o momento? Qual o maior sonho? ETNO:Seria fácil lembrar como maiores conquistas os grandes eventos e festivais que participamos, mas talvez a verdadeira conquista pra um artista seja o momento em que o público se emociona e se entrega completamente num show. Essa energia captada impulsiona a banda pra seguir com vontade de criar e lançar materiais. Tivemos alguns momentos épicos recentemente. No Fifa Fan Fest em 2014 houve uma troca muito forte com o público e foi um show longo num palco gigantesco. Outra grande apresentação foi no Porão do Rock 2015. Nós tocamos pra mais de 20 mil pessoas e ouvimos de muita gente nos bastidores que o nosso show foi o melhor da noite. Em alguns shows pequenos e médios conseguimos criar uma atmosfera muito intensa e é bom receber feedbacks emocionados de fãs e de amig@s. Continuar cativando as pessoas e recebendo essa energia boa é a nossa grande conquista.
MADM: Ao escutar o som da banda, sentimos alguma influência de bandas como POD, algo de New Metal e Alice in Chains. Quais são as maiores influências da banda? Como vocês definiriam o som de vocês?
ETNO: Muito boa abordagem!! Temos sim muita influência de Grunge e de New Metal e as bandas que você citou são boas referências que temos na nossa bagagem. Essa nossa identificação musical vem pela vontade de usar muitos ritmos diferentes no rock, como o New Metal faz, e de usar também algumas atmosferas intensas e sombrias como acontece no Grunge. Além disso, nós colocamos com essas referências algumas influências de artistas brasileiros, principalmente nas melodias e nos momentos mais pulsantes das nossas musicas. MADM: Existe um blog muito interessante no site da banda, http://etno.com.br/, vários vídeos no youtube e página no facebook. Qual a importância da internet para a banda? Como vocês têm utilizado ela? ETNO: Muitos dizem que a internet democratizou as possibilidades para os artistas, porém na prática o fato é que apenas artistas consagrados conseguem destaque e relevância nas publicações de sites e plataformas. É como se houvessem criado um grande limbo artístico em que cada banda tenta se destacar de alguma forma. Não sabemos qual a importância real da internet, pois em alguns momentos ela ajuda e em outros atrapalha. Com a Internet sendo usada de forma massiva no mundo criou-se uma nova forma de se trabalhar com música e cada banda terá que aprender e utilizar ao máximo as ferramentas que estão ao alcance para se comunicar com as pessoas. Nós utilizamos a Internet como uma forma de trocar informação e opiniões. Fazemos um trabalho que vai além de apenas divulgar o material que a banda lança. Acreditamos muito no conceito de Arte-Educação e isso se reflete nos nossos shows e na forma como nos comunicamos com o público. MADM: Como foi o processo de formação do álbum "As 7 fronteiras"? Qual a mensagem que pretendem passar com ele?
ETNO: O álbum ainda não foi batizado oficialmente. O EP "As Sete Fronteiras" é o primeiro capítulo do nosso terceiro álbum. Decidimos lançar assim, pois a banda inteira é influenciada por outras formas de arte e fomos dialogar com a tendência atual dos seriados. Vamos lançar nosso terceiro disco como uma espécie de série ou quadrinhos em que são lançados com temporadas e capítulos. O foco no material de vídeo e trabalharemos cada música individualmente. O público vai ficar curioso pra ver a continuação.Quanto ao conceito, as letras desse novo trabalho contam uma saga que parte do pressuposto de que algo inquestionável aconteceu na humanidade e que uma mudança real está acontecendo. É um cenário pós-Apocalíptico fictício, mas que dialoga diretamente com as complicações que o mundo vive hoje e nós fazemos essa aproximação com a realidade de forma metafórica e poética, sem levantar nenhuma bandeira de causa ou luta. O clipe de Diário da Morte, por exemplo, dialoga bem com as questões femininas debatidas atualmente e a música SobreViver é uma espécie de depoimento de um personagem nesse mundo que vive com excesso de informação e excesso de crises de identidade.
MADM: Existe uma contagem regressiva no site da banda. Acabamos de ficar muito ansiosos para o lançamento do próximo CD? Quais os planos futuros da banda? ETNO: Os planos são continuar com a série de lançamentos até o inicio de 2017. Vai ser gratificante concluir essa série e ter um material vasto de vídeos lançados que apresentem muito bem o som da banda para o público. No momento temos recebido convites pra fazer shows em várias cidades do Brasil e o foco será promover esse material. A cada lançamento sentimos que o nosso alcance aumenta e esperamos manter isso. MADM: Qual conselho vocês dariam para quem está começando na carreira musical?
ETNO: Acho que pra responder essa última, é válido citar a atriz Fernanda Montenegro numa resposta que ela deu pra uma pergunta muito parecida. A resposta dela é direta e reta: "Desistam!". O caminho é árduo e é necessário muita vontade e muito empenho pra manter a carreira. Muitos escolhem a arte simplesmente por se apaixonar pelo mundo fantástico que ela pode criar. Porém, existem as pessoas que simplesmente não conseguem viver sem a música e, por tanto, pra essas pessoas não existe outra escolha a não ser respirar e se alimentar da música.