Resenha: Dia Mundial do Rock no Imperator com Hover, Stereophant e Far From Alaska
Pois é, a gente ainda nem tinha superado a noite linda do Rio Novo Rock com El Toco e Dônica (você pode ver a resenha clicando aqui) e já partimos para mais um lindo show em uma data muito especial.
Na última quarta-feira, 13, foi Dia Mundial do Rock. Claro que no Imperator essa data não poderia passar em branco, já que a casa vem se tornando cada vez mais importante no cenário do rock, principalmente do rock independente.
O palco foi aberto pela Hover, um quinteto que faz um rock bem pesado e bem trabalhado. Eu nunca tinha visto o desempenho dos caras ao vivo e achei muito bom. Algumas melodias lembram um pouco o som do Kings Of Leon e algumas lembram o do Versalle.
O show teve momentos muito interessantes como a participação de Felipe Ventura, músico do Baleia, que contribuiu para duas músicas que ficaram lindas na versão ao vivo com o violino.
Destaque absoluto aos guitarristas Felipe e Lucas que são bem talentosos e principalmente o Felipe, que além de ter um ótimo desempenho ao vivo, tem bastante presença de palco. Chega a lembrar os músicos do Red Hot Chili Peppers, que também apresentam marcante presença de palco enquanto tocam. Um outro momento de destaque foi uma das últimas músicas, onde os músicos e o vocalista ficaram cantando sem nenhum instrumento acompanhando. Deu um resultado muito interessante e diferente no show. É uma pena que tenha sido o show no qual a casa não estava ainda totalmente preenchida, mas quem já estava presente, com certeza aproveitou e gostou tanto quanto eu.
Em seguida, intermediando duas brilhantes bandas, veio a Stereophant. Com suas melodias fortes e suas letras em português, a Stereophant, que não dava as caras no Imperator desde a participação linda no show da Clashing Clouds em uma edição do Rio Novo Rock, fez um belo (e bastante esperado) show.
A Stereophant diminuiu levemente a quantidade de shows por conta do processo de gravação do novo álbum, que sai ainda esse ano. Consequentemente, os shows dos caras são sempre bastante esperados. E acredito que tenha suprido as expectativas do público, que ficou bastante animado e participativo no show. Das músicas do repertório, 5 foram do novo álbum. Achei interessante que a setlist tenha sido montada dessa forma, mas como o público ainda não conhecia as músicas, se elas tivessem sido intercaladas com músicas mais conhecidas, não teria quebrado a energia do show.
Mesmo tendo pontuado isso, as músicas do novo álbum são boas e trazem uma pegada diferente. Depois de um primeiro álbum mais "porrada", com melodias mais fortes, as inéditas trouxeram uma onda mais conceitual, mais forte nas letras e mais simples nas melodias. Melodias estas, bastante diferentes. Acredito que a partir da apresentação destas 5 inéditas (uma delas inclusive foi tocada a primeira vez, intitulada "A Fonte"), o público ficou no mínimo curioso para ouvir o novo álbum por completo.
A setlist contou com os hits "O Tempo" e "Vermelha", músicas que sempre são os pontos altos dos shows, onde o público mais canta e participa. Foi ótimo, como sempre é. Stereophant segue maravilhosa, com o vocalista de uma extensão vocal incrível (mesmo que ela tenha escorregado um pouco) e músicos muito bons.
E então, chegou a hora que todos estavam esperando. Horas depois, com a casa já bem mais cheia, começou o show da Far From Alaska. Se eu tivesse que resumir em uma palavra apenas, eu diria impressionante. Assim como o caso da Hover, eu também nunca tinha assistido a Far From Alaska ao vivo, porém, pelo que ouvi em casa e pelo espaço que a banda tem na cena, minhas expectativas eram altas. Mesmo com as expectativas altas, eu ainda consegui ser surpreendida.
A começar pela formação da banda que é interessantíssima. Ver bandas que trazem vocal feminino já é difícil, com dois vocais femininos então...é diferente de tudo que eu já vi. E as duas têm seu espaço na banda e nas músicas de maneira particular, mas ao mesmo tempo apresentam muita harmonia. O guitarrista também é sensacional, muito criativo e tem bastante presença de palco.
Emmily, uma das vocalistas, é o melhor vocal feminino que eu já vi. Uma artista completa, que canta, interage com o público e interpreta as músicas. Não economiza a extensão vocal impressionante e única que tem.
A banda é uma das mais criativas que eu já ouvi, em termos de melodia. O usar e abusar de coisas muito interessantes como sintetizadores e artifícios como este que deixam as músicas bastante diferentes. A Far From Alaska consegue fazer um rock n' roll de muita qualidade e usar as influências e ideias criativas na medida certa. Além disso, se mostraram muito carinhosos quando interagiram com o público e fizeram um show lindo e memorável. O público pedia a música "Chills", mas a banda não pôde tocar e devolveram à plateia com uma justificativa sincera.
Segundo eles, a faixa foi gravada mas ainda não tiveram tempo de ensaiá-la. Outra informação dada pela banda durante o show, foi que eles voltarão ao Rio de Janeiro ainda este ano, com um show especial de lançamento do novo álbum.
Se você ainda não conhece alguma dessas três bandas, por favor, vá ouvir agora! E vá aos shows! São três de muitas bandas talentosas e impressionantes que estão aí na cena, só esperando você. Não perde tempo! Foi uma noite linda de comemorar o Dia Mundial do Rock, esperamos que vocês gostem da resenha.