Juliana Cortes transpassa fronteiras com elegância em novo álbum, Gris
De formação clássica, voz suave e elegante, Juliana Cortes lança seu segundo álbum, Gris (2016). Disponível nas plataformas digitais, o novo disco entrega movimentos suaves, poesia e geografia na forma de uma sofisticada e autêntica música popular brasileira.
Em Gris, a mezzo-soprano curitibana explora os espaços do indivíduo nas metrópoles onde o disco foi gravado - Curitiba, São Paulo e Buenos Aires - e conecta fronteiras harmonizando no disco inspirações e traços de ritmos sulistas, nuances latinas e brasilidades. E Juliana o faz na medida sedutora de melancolia e elegância ímpar na primeira metade do álbum, e segue escalando com elementos pop e sonoridades regionais contemporâneas.
Foi inspirado na obra de Vitor Ramil que Juliana Cortes nos apresentou, em seu primeiro trabalho - Invento (2013) - um desdobramento da estética do frio do Sul do país. É nesta plástica invernal e autoria inédita do próprio compositor e escritor gaúcho que “Uma carta uma brasa através” abre o recém-lançado disco. Outro importante nome marca presença também em seus dois trabalhos é Paulo Leminski, agora com “À Você, Amigo”.
Já na segunda faixa, Juliana transpassa fronteiras nacionais com “Germinal”. De arranjos minimalistas, a canção traduzida e adaptada pela cantora é do uruguaio Dany López. Antônio Loureiro é o convidado desta canção e escreve arranjos, além de tocar vibrafone.
O intercâmbio no Sul do continente é evidenciado também com a releitura da cantora para a canção do conterrâneo Grupo Fato, que se faz um tango. “Bandida” conta com a participação do trio argentino Diego Schissi (piano), Juan Pablo Navarro (baixo), Santiago Segret (bandoneon) e é uma das faixas gravadas ao vivo.
Com participação de Paulinho Moska, “Mismo” é um dos pontos altos: cantada em espanhol, é mais um poema musicado do disco. A obra é de Estrela Leminski e melodia do mineiro Leo Minax. Mais um indício de que Gris chega a tocar o Sudeste do Brasil.
Essa elegante e impecável trajetória sulista é conduzida pelo produtor paulistano Dante Ozzetti, que também assina com Luiz Tatit a faixa que encerra o disco: “Outras Milongas”. A canção está entre as duas obras escritas especialmente para intérprete.
Outras participações são de Arrigo Barnabé, autor da segunda obra escrita para a cantora, a doce e poética “O Mal” . Entre as diferentes formações para cada música, as mais constantes são Ronaldo Saggiorato e Du Moreira (baixo), Romildo Weingartner (violoncelo) e Vina Lacerda e Guilherme Kastrup (percussão). Aparecem também Rogério Leitum (flügelhorn), Sérgio Albach (clarinete) e Fábio Cardoso (piano).