Resenha: Vagale - Puro
Natural de Campinas (SP), a banda Vagale lançou em 2016 seu CD “Puro”. Formada por Bruno Carlini (voz e guitarra), Lucas Duarte (guitarra), Danilo Azevedo (baixo) e Wilian Nunes (bateria), a banda mostra um som bem definido e aparentemente com influências de rock brasileiro, indie rock e punk rock americano dos anos 2000. Abaixo segue a análise de algumas faixas desse ótimo álbum.
Não poderia começar essa resenha sem comentar a ótima arte da capa do álbum. Chamo atenção ainda pro efeito de nevoeiro que foi colocado no vídeo do álbum no youtube. Perfeito exemplo de quando menos é mais (o que também acaba sendo uma das características mais marcantes da banda).
No Mar- Faixa que abre o disco. Tem um instrumental simples e uma letra que acompanha a mesma ideia. Conquista pela simplicidade e pelo vocal “despreocupado”.
Ainda Não Acabou (33,3) – Música com características de punk rock. O vocalista Bruno Carlini demonstra o drive presente em sua voz de forma moderada e bem colocada, tornando o vocal bem mais atraente. Música bem radiofônica, assim como boa parte do álbum. A essa altura, a banda perde características de Indie Rock e ganha outras influências, por exemplo o rock brasileiro dos anos 2000.
Mude Dias Normais – Timbres de guitarra que remetem a Strokes. Bom instrumental e boa letra.
Vivo Numa Democracia – Ótima letra. Uma crítica a sociedade, ao comodismo e a opressão. Música que faz muito sentido dado o contexto em que vivemos hoje em dia no Brasil. A levada punk rock encaixou perfeitamente.
Onde A Poeira Ainda Desce (Puro) – Música com mais uma ótima letra e que dá nome ao álbum. O início com um ótimo timbre de guitarra clean e voz ganha o ouvinte. Mais uma crítica aos pensamentos pequenos. A banda mostra que quando faz músicas nesse tom crítico, faz bem. A canção desenvolve-se muito bem. Com acréscimo do que parece ser um teclado simulando metais (instrumentos de sopro), a música ganha uma nova cara e proporção.
Só Eu – Essa música lembra muito outra banda paulista chamada Zimbra (https://www.facebook.com/bandazimbra/). Conta com um final bem criativo, dando a impressão de gravação ao vivo e adicionando um instrumento percussivo que provavelmente é um bongô.
Meu Silêncio é Tudo o Que Tenho a Dizer – É a última faixa do álbum. Enérgica e bem composta, faz com que o álbum acabe no ápice da energia do álbum. Final diferente e inesperado pra uma música de fechamento.
(Foto por Jefferson Alcântara)
Ao fim, posso dizer que a banda Vagale fez jus aos seus anos de palco nesse álbum. A proposta é interessante, apesar de não ser nova. Suas influências resultam em um som de fácil digestão e agradável a ouvidos que estão acostumados a diferentes estilos de música.