#ColunaDoDiretor - Rock, Atitude e Sociedade.
"Tudo me parece um pouco domado, educado demais. Os elementos que dão o gosto do rock não estão presentes. A área ‘hipster’ se inclinou pra um lado mais R&B e pop. O que está sendo rotulado como ‘cool’ me parece genérico demais. Parece também um pedido desesperado por sucesso e marketing. E há cada vez menos caminhos pra qualquer banda que tente quebrar a obscuridade." Trent Reznor, da banda Nine Inch Nails
A discussão sobre a "morte" do Rock n' Roll é, e continuará sendo, uma pauta interessante pra mídia. Afinal, estão tentando matar esse senhor de mais de 60 anos já faz tempo e ele continua aí, sempre se renovando. Partindo de uma perspectiva sociológica, o Rock, tal qual as pessoas em geral e os fenômenos culturais, são influenciados pelo contexto histórico-social de sua época.
Exemplo banal, porém prático:
O movimento Hippie foi contra um contexto social da época, divergindo da cultura consumista e, entre outras coisas, da guerra do Vietnã. O Punk segue pelo mesmo viés, com foco na divergência política. A música é, sendo contra ou à favor, dependente, e diretamente influenciada, pelo contexto histórico-social.
Agora que falamos bonito, vamos pensar no momento histórico que estamos vivendo.
Vivemos uma revolução social em todo o mundo. Posicionamentos sobre o feminismo, movimento lgbt, o "politicamente correto", corrupção na política, e tantas outras situações, colocaram os jovens e adultos para pensar (e encheram nossas redes sociais de discussões infindáveis). Abre aspas: Pensar, nesse caso, vai de "ler 3 textos de facebook" até, realmente, pesquisar a fundo sobre determinado assunto e meditar sobre.
Nos anos 80 tivemos vários músicos, no Brasil e fora dele, que foram conhecidos pela postura política. Alguns álbuns que se enquadram nessa lista: -Madonna lançava "Like a Virgin", "Like a Prayer" e "True Blue", que chegava de salto alto dando voadora nos tabus.
-Metallica fala de opressão em "Master of Puppets" e de injustiça, guerra e impunidade em "...And Justice for All"
-U2 lança "WAR", onde haveriam músicas como "Sunday Bloody Sunday" (sobre um ataque das tropas britânicas em civis). -Plebe Rude lança "O Concreto Já Rachou", onde escutamos "Até Quando Esperar"
-Legião Urbana, Capital Inicial, Caetano Veloso (em singles como "Podres Poderes"), Titãs (Cabeça Dinossauro inteiro) e diversas bandas lançaram músicas e álbuns políticos.
Hoje em dia, mal ou bem, estamos em uma época menos "revolucionária" e mais "teórica".
Poucos vídeos representam tão bem nosso momento.
O Rock é, de uma perspectiva ontológica, puramente contra cultura. Tem muito mais a ver com a atitude, posicionamento e mudança de realidade do que ser "boa praça". Não é ser "comunista" ou "skinhead", "White Metal From Heaven" ou "Black Metal From Hell".
É lutar, gritar, se expressar, por um futuro diferente.