Resenha: Medulla e menoresatos no Imperator!
A resenha de hoje será dividida: Arthur Viana com a menoresatos, que abriu o evento, e
Rafael Cabral com a Medulla! Fotos de Rodrigo Soares: Instagram
menoresatos
Que banda.
Já haviam me falado da menoresatos durante o ano e eu, por pura falta de sorte, não conseguia cobrir nenhum show deles.
O que mais chama atenção na sonoridade da banda, que é, inclusive, bem original, é a guitarra. Com riffs que fogem ao padrão "B-F#m-G#m-E", melodias complexas e muitos efeitos no timbre da dita cuja, o som da menoresatos é muito encorpado, mesmo se tratando de um trio. Lembra, um pouco, o Dean DeLeo do Stone Temple Pilots no estilo. Contudo, a "cozinha" da banda esbanja qualidade. O baterista mostrou muita técnica e, junto do baixista, que fazia uma "cama" muito da bem feita pro resto da banda, "liberariam" a guitarra para brilhar no show.
A sonoridade mescla muito peso com melodia, com riffs que, em alguns caso, usavam técnicas como tapping (ou two hands, nunca soube a diferença haha) e não perdem em qualidade para nenhuma banda do mainstream, esse local meio bizarro que ninguém entende direito como chegar lá. Todos na banda contribuem cantando e, inclusive, o baixista manda bem neste quesito. As músicas são maiores que o "usual" e são bem "tensas", o que não alterou o fato do público quase todo ter cantado, praticamente, todas as músicas da banda. Sinceramente, ainda não havia visto isso no Imperator. O público deu um show no dia do evento, graças à qualidade da menoresatos. Todos que eu conversei no pós-show sobre a menoresatos disseram a mesma coisa: -Nunca fui em show ruim deles. Recomendo fortemente!
Com o Imperator recheado com uma galera eufórica pro começo do show, com a entrada dos músicos Raphael Miranda, Eddu Ferreira e Fabio Capelo o público já começou o êxtase, foi só o quarteto entrar e começar o poema "70x7", que também abre o álbum. Seguido por "Deus Em Você", o show foi um misto de músicas do álbum e da compilação "MVMT".
E quem foi pro Imperator nesse domingo foi preparado para cantar bem alto, mesmo depois que a música parava. Foram diversas vezes que após as músicas o público continuou puramente no gogó, e além da energia maravilhosa na plateia era nítida a satisfação do público no palco.
Pra quem já conhece a banda dos gêmeos mais legais do rock pelos álbuns, precisa ter a experiência de ir num show. O conjunto entre as ótimas letras e melodias, a energia do Raony e do Keops e uma galera que tá disposta a cantar é uma mistura incrível de um show que vai ficar marcado na sua memória.
Mas, se isso já era um conjunto de uma obra de arte é porque eu ainda não falei das participações. Helena D’Troia que faz o rap em separação entrou no palco com muita vontade e flow e levou o público ao delírio. Os Menores Atos abriu o show e o Medulla chamou um dos queridinhos do rock alternativo carioca pra dar uma palinha, sim, Ciro fez uma participação e em uma das músicas mais queridas dos fãs, "Eterno Retorno". Se já não tava bom o suficiente Dudu Valle, ele mesmo, Dudu Valle compositor, caralho, e ex membro do Medulla, entrou no palco pra tornar a música ainda mais especial. Também teve a participação de uma criança maravilhosa "ajudando" em "Estamos Ao Vivo".
A voz do povo é a voz de Deus e eles levaram isso a sério, depois de diversos gritos a banda voltou pro palco pra tocar mais uma e se o Movimento pede o Movimento tem, "Movimento Barraco" foi o bis e com uma formação que contava com o trio: Raphael, Eddu, Fabio e Dudu Valle. O público não deixou pra trás e fez bonito na plateia.
Então se você perdeu esse show ou quer ter essa energia de novo curte a página da banda e acompanha a agenda.
Deus E O Átomo