#ColunaDoChacal: NavesHarris – "Nunca houve tanto começo como agora"
Como disse o poeta americano Walt Whitman: "Nunca houve tanto começo como agora". Para a dupla NavesHarris, essa frase aparenta ressoar harmonicamente em suas composições, que dividem nacionalidades, experiências e musicalidade.
Jair Naves dispensa apresentações para os que o conhecem. Compositor, cantor, letrista e antigo líder da banda Ludovic, teve o privilégio pela casualidade de amigos em comum, conhecer Britt Harris. A atriz, cantora e compositora norte-americana, ao entrar em contato com o músico brasileiro, lhe mostrou algumas de suas composições feitas ao longo dos anos. O suficiente para as suas obras não gravadas e não terminadas impressionarem Jair. Levando a admiração à se tornar um bem sucedido trabalho de parceria musical.
Feita a realização como duo, Naves deixa de lado a sua função habitual de cantor e letrista protagonista, e atribui-se à um papel harmônico e arranjador para Harris, que consegue brilhar com o seu alto controle vocal e a eficácia de suas letras. "In Route to Rio", primeiro single da banda, distancia-se do som genérico que muitas bandas conterrâneas tentam imitar. Dá a naturalidade que o estilo pede demonstrado pelo timbre vocal que se revela progressivamente. Deixando claro a claro a dupla nacionalidade mas se mostrando naturalmente elegante. Dando procedência ao flerte de Jair pelo som acústico, percebe-se a entrega ao indie folk vindo de forma eclética e fluida.
Um convincente processo avaliativo na discografia de Jair, declara por si, que seus trabalhos musicais são terapêuticos. Seja na maneira de grito primal de seus subversivos versos ricos em conteúdo, ou na utilização do talento de Britt para passar tranquilidade de forma holística.
Tendo como prévia os singles e a gravação ao vivo no Estúdio Showlivre, se torna fiel ao mesmo que tempo que amplo uma avaliação. Já que a produção e montagem de um disco inclui a dedicação pelo peso fixo que uma obra traz e tome a medida para ser influente.
Seja o resultado um sucesso que emplaque nas paradas norte americanas, e se agregue a festivais do mesmo gênero, ou que haja longas apreciações solitárias em fones de ouvido, e faça a noite de casais na receptividade de pequenos shows, consegue em ambos os casos (imagino eu) ser belamente satisfatório para o duo. Uma estreia na qual aguardo por já conhecer a expressividade bem trabalhada da dupla.
Independente se suas músicas forem utilizadas para a cantoria de um luau ou a apreciação do entardecer, nunca houve tanto começo para as mesmas. Creio eu que isso cabe tanto à Jair quanto à Britt
