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#ColunaDoChacal: Sem Sair na Rolling Stone – Libertas que Sera Amissa


Quando Jack Kerouac dançou pelo pó da estrada, era constante a pergunta de saber o que haveria para ele na direção que não tomava. Paradoxalmente, embora seus rumos fossem únicos e individuais por serem itinerantes, seus livros apontaram para todos os lados e atingiram os que vieram a ler.

Como uma catarse, e por um caminho inverso, Vitor Brauer ( Lupe de Lupe e Xóõ) junto do compositor e filho do meio Jonathan Tadeu, e incluso de última hora, o guitarrista Fernando Motta, deixaram o coração bater sem medo, e tomaram destino por onde suas músicas haviam passado e eram aguardadas por um público que apontava para todas as direções. Ao contrário de Kerouac, no qual foi trilhado um caminho para sua obra, a obra dos jovens músicos necessitou de um caminho para ser trilhado.

Planejado durante o hiato da Lupe de Lupe, cujos os trabalhos reverberavam e os admiradores cresciam cada vez mais pelo país, a turnê vinha com o objetivo de levar a onde há demanda dos que não tiveram oportunidade de hospedar a aclamada banda da geração inconfidente. Independentes de grandes produtores ou o patrocínio televisivo de imagem, através de um formulário pela Internet, que falava dos recursos necessários para possibilitar um show do power trio mineiro, houve o preenchimento de diversos coletivos, organizadores culturais, e adeptos aos trabalhos autorais que vivenciam o crescimento de ouvintes.

Por um mapa baseado na logística das datas de show, o revezamento no volante de um Corsa 96, por se chamarem homens, também nomeados como sonhos, tal como o Clube da Esquina, seguem viagem de ventania em uma turnê que dificilmente irá se divulgar por revistas de música que carregam nome, leitores e se foca em um cenário de um sucesso mais extenso.

Passando pelas regiões mais prósperas para a desigualdade, até as que mais se aproximam de um sentimento bucólico, em todos os casos estando no limite do que nem sempre é evidente. Contando com a ajuda de amigos, conhecidos e coletivos que vem se formando e tomaram a Geração Perdida como inspiração, sua passagem é bem recebida por admiração e hospedada da melhor forma na medida do possível.

Embora não estejam presentes nos ciclos da indústria cultural, ou tenham frequência nas aparições midiáticas, os três conseguem ter uma grandeza veemente para um público com sensibilidade musical, que possui um gosto reservado e imune à comercialidade artística. Tendo preservação e valor por artistas ground brakers e autênticos.

Assim como Simon Bolívar e San Martín deram liberdade a América por peregrinações revolucionárias, Vitor, Jonathan e Nando semelhantemente vão em viagem de forma que sua presença influencia pessoas a se organizarem, a fazer um som genuíno e que se torna uma expressão legitima, se desvinculando do planejamento da arte que se torna empresarial.

Se os videntes conseguem ver as cores do tempo, diria que a Geração Perdida já anda sem olhar para frente em um caminho azulado. Através de conquistas que possam de orgulhar do próprio trabalho, mesmo que afirmem que qualquer um possa de fazer shoegaze.

Acima de tudo: "Liberdade Ainda que Perdida".

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