R&B e neosoul marcam releitura de “Neide Candolina” por Luciana Oliveira
A faixa de Caetano Veloso ganhou um novo arranjo com participações de Fióti e Xênia França
Mãe, mulher, educadora, cantora e negra. Luciana Oliveira representa força e luta. Para o repertório de seu novo disco – “Deusa do Rio Níger”, que será lançado em breve -, escolheu faixas potentes e assertivas. Uma delas é “Neide Candolina”, música original de Caetano Veloso, lançada em 1991, que agora ganha uma versão R&B e neosoul da cantora.
Para a segunda prévia de seu novo álbum – que sucede a música “Lance” –, Xênia França (Aláfia) e Fióti acompanham Luciana nos vocais. “A canção exalta a nobreza brown. Vivemos tempos de muita discussão em torno das questões raciais e uma música que enaltece a negritude, trazendo adjetivos positivos, contribui para a construção e afirmação da nossa identidade. Daí veio a idéia de convidar a Xênia França e o Fióti, dois nomes fortes da atualidade, artistas negros, politizados, com trajetórias muito singulares e acho que isso somou ainda mais para essa afirmação”, conta Luciana.
O single escolhido pra esse momento glorioso de união, representatividade e discussão de preconceitos, é ainda mais importante pelo significado e homenagem de sua letra. Composta por Caetano Veloso para Neide, proprietária do bar Zamzibar em Salvador, e para Candolina que fora sua professora.
“’Neide Candolina’ exalta a figura de uma mulher negra no sentido da sua singularidade, força e contribuição para a sociedade, e dessa forma me sinto também reconhecida. E a gente trouxe a Neide Candolina de uma forma mais universalizada. Elas podem estar aqui em São Paulo, Nova York, Moçambique, que suas vozes irão ecoar”.
Ouça “Neide Candolina”: