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Entrevista: Larissa Conforto, da banda Ventre!


Entrevistamos a Larissa Conforto, baterista da banda Ventre! Eles irão tocar no festival CoMA em Brasília, adoram filmar coisas e são muito bons! Saca só essa entrevista massa!

Créditos: Victor Novelli

Arthur Viana - Olá! Tudo "de boa"? Poderiam contar como a banda foi formada pros nossos leitores?

Larissa Conforto - Opa, tudo massa demais, e você? A gente formou a banda em meados de 2013. Éramos amigos e já tínhamos outras bandas juntos, e então animamos de formar um trio para tocar as canções do Gabriel. Lentamente fomos arranjando as músicas, descobrindo a nossa maneira de tocar junto, e então produzimos dois vídeos ao vivo pra testar o formato. Com isso conseguimos shows, e com os shows se criou a demanda do álbum. Apartir daí nos jogamos em uma jornada de dois anos gravando de forma totalmente independente e de baixo custo. Nosso primeiro álbum foi lançado no final de 2015 e em 2016 nós divulgamos o ao vivo. Estamos em turnê desde então, tentando levar música e amor ao máximo de ouvidos atentos e corações abertos.

AV - A ideia desde o início é ser um trio? Não é muito comum no cenário nacional, embora power trios sejam sempre legais!

LC - Sim, sempre fomos um trio, embora essa escolha não tenha sido calculada. Simplesmente começamos a tocar juntos, sabe? Naturalmente. Nunca sentimos falta de mais um membro, no sentido musical. É claro que, na hora de criar os arranjos, a gente se preocupa bastante em preencher os espaços e criar atmosferas profundas, mas isso tem mais a ver com a maneira que enxergamos a música e a sonoridade que buscamos do que com a quantidade de músicos.

AV - Vocês tem uma sonoridade bem única. Não lembro de muitas bandas com uma sonoridade parecida com a de vocês, tanto nacional quanto internacional. Vocês são uma mistura muito louca de influências ou tem alguma mais forte?

LC - Acho que "uma mistura muito louca de influências" é a melhor definição que nos deram até hoje! Rs. Adorei! As influências vão de Jeff Buckley a Flying Lotus, passando por Deftones, Jimi Hendrix e Gonzaguinha. Mas assim que é bom, a música fala por si, antes de mais nada.

AV - A Ventre é, certamente, uma das bandas que mais investem em multimídia. Gravaram um belíssimo DVD do show no Imperator, agora tem um documentário com a banda "E a terra nunca me pareceu tão distante"... Pretendem investir ainda mais nisso? LC - Eu pessoalmente acredito que a nova maneira de consumir música é o audiovisual. O consumo de música historicamente sempre esteve associado a algum suporte físico - Já foram partituras, discos de vinil, cassetes, cds... agora o novo suporte é o vídeo. Somos a geração da imagem, do espetáculo visual. Essa é a oportunidade de explorarmos recursos que acrescentem valores e linguagens à música, que antes eram inviáveis. Finalmente existem recursos para elevar a música em seu maior potencial artístico, então porque não explorar todo esse potencial?

A gente pretende sim ir a fundo, sem sombra de dúvidas. Se ainda fizemos fizemos pouco, na minha opinião, é porque fazer audiovisual no nosso contexto socio econômico ainda custa caro, mas estamos aí pra quebrar paradigmas e criar ferramentas novas. Bóra nelson!

AV - Estamos realmente curiosos para saber como será a apresentação da "E a Ventre nunca me pareceu tão distante" no festival CoMA! Contem tudoo! As duas bandas tocarão juntas? Será metade do show pra cada? Vocês se inspiraram na mistura de "É o Tchan" com o "Molejo", também conhecida como "Moletchan"?

LC - O show é diferente de todos os shows de "bandas tocando juntas" que já vimos. Não queríamos simplesmente executar as músicas juntos. São duas baterias, dois baixos e três guitarras sim, mas nunca executando a mesma coisa. -Essa foi a premissa, desde que surgiu o convite da Kátia (Abreu, produtora e idealizadora do Dia da Música) de juntar as duas bandas em um show só.

Apartir dessa idéia fomos tecendo juntos um setlist que contemplasse as músicas que mais nos representam das duas bandas, de forma que pudéssemos agregar musicalmente em cada uma delas.

Todos os momentos do show têm no mínimo um membro de cada banda no palco. Todas as músicas tem algo a mais. Em nenhum momento as bandas ficam sós, ou executam as suas próprias músicas da maneira que elas são executadas no show próprio. A proposta é justamente desconstruir as músicas a ponto delas virarem uma interpretação nova, à sete mãos, das músicas que as pessoas já conhecem.

A gente tentou criar atmosferas, abrir arranjos, criar uma orquestra de ritmos que conversem, a fim de levar as músicas pra um outro lugar. É isso que dá pra dizer sem estragar a surpresa! Foi um desafio, e ainda é. Cada show é diferente, só vendo pra saber!

AV - Qual o conselho que vocês poderiam dar para as bandas que estão aí na CENA?

LC - Escutem. Prestem atenção. Se preocupem com a música, com o que ela transmite! Essa é a coisa mais importante que existe. Apreciem as pessoas que fazem isso com amor, apoiem quem faz música que te toca, e nunca esqueçam que o artista é o proletário da arte. Trabalhem mais e mais, com muito amor. E ela vai devolver em dobro.

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