#PapoIndependente - O que esperar da próxima geração?
"Somos o futuro da nação Geração Coca-Cola"
Como será que vai se comportar a próxima geração em termos de consumo de música no nosso país? Você leva o seu filho pra shows e eventos? O seu filho tem algum contato ou laço com a música? Existe um certo comodismo por parte dos jovens? Essas são uma das perguntas que fazem parte desta matéria que por sua vez veio totalmente diferente do que eu vinha escrevendo. Vamos bater um papo juntos?
De acordo com os dias atuais, conseguimos fazer quase tudo (isso mesmo, quase tudo!) através de um computador ou até mesmo um smarthphone. Temos vantagens e desvantagens nisso, e é o que irei falar um pouco agora. Imagine você, não precisar ir até o supermercado pra comprar feijão se pode pedir via telefone, evitando filas e desconforto com o trânsito. Muito cômodo não é mesmo? Agora imagine a mesma situação podendo pedir via internet e eliminando o fator de não precisar falar com alguém (que pode estar num péssimo dia por sinal) e então com apenas um clique você comprar o feijão que quiser. Mais comodo ainda né? Vejamos que estamos evoluindo. Agora imagine que você pode fazer o seu próprio feijão sem precisar mais ir ao supermercado? Nossa que tudo não é mesmo? Agora imagine todo mundo produzindo o seu próprio feijão sem nenhuma regra. Agora imagine todo esse feijão sendo redistribuído pra algum revendedor. É interessante não é mesmo? Agora releia tudo isso imaginando as palavras dentro de um contexto musical.
Fazer música se tornou acessível, pois qualquer um que tenha um computador com um editor de música consegue fazer. Vejamos exemplos de softwares muito famosos dentro do segmento música que auxiliam ou fazem esse processo: Pro Tools, Reaper, Logic e Fruity Loop são alguns exemplos de programas que permitem a gravação e edição por exemplo. Encore, Finale e Sibelius são voltados pra edição de partituras. Gostaria de citar também o Audacity, programa que se enquadra no quesito gravação, mas muitos o usam apenas pra verificar frequências sonoras. E não para por aí, temos programas pra tudo, como por exemplo o famoso Guitar Pro que é muito usado pra ler tablaturas e também permite a edição de partituras, é um programa que facilita a vida do músico, mas aí entra a questão: "Até que ponto se precisa de um software?"
Bem, digamos que todo conforto em mãos seja bom (quem disse que é ruim?). Todo aperfeiçoamento que veio junto da fase sai analógico e entra digital (embora guitarristas não entendam bem isso) é construtivo pra um contexto geral dentro da música. Ao meu ver o único problema está no consumo de música por parte dos jovens que cada vez menos se locomovem até casas de shows pra ver o que realmente gostam, e não o que a mídia impõe. Pensando bem parece um assunto sem nexo, mas pensa bem, imagina você que faz música independente e precisa de mostrá-la pras pessoas ao vivo (pela internet ele consegue,mas e ao vivo?). Com certeza essa pessoa recém chegada ainda não está na mídia, e se o publico não for até o show, esse mesmo não terá repercursão na internet, o que acabará anulando todo trabalho que ele investiu em promover pros seus amigos na internet. Passe milhares de gerações que seja, mas o calor humano que um show traz, isso nunca será substituído pela Internet com suas plataformas digitais e o comodismo precisa ser eliminado pra que nossa próxima geração não anule essa emoção.
Ah, a música! Pura e sincera, que parte de dentro pra fora, tão inocente quanto uma criança, tão suave quanto o som de um piano. Com o passar dos anos vem as alterações em nosso meio e começamos a pensar nos externos: "fama, dinheiro, mídia". Será que dentro de nós existe uma verdade eterna e será que ainda existe esperança de mantê-la? O underground vive! Grrr... (risos)
Infelizmente cada vez mais notamos o descaso com a música em si, o seu valor como música deixa de ser quando se quer ter, muito difamado isso no mainstream das tvs e rádios país afora. Quem faz música com o coração, nem sempre tem espaço, então onde estão esses artistas? Me perguntaram certa vez...
Dentro do universo underground se reclama muito de falta de união, desinteresses e a famosa frase "O rock está morto!" Mas se até nosso querido Gene Simmons (baixista e vocalista do Kiss) repete que o rock está morto, fica difícil pro mundo de pensamento cover rebater. Felizmente nem todos pensam assim, mas algumas coisas eu concordo com ele. Por exemplo, o napster, o famoso napster (plataforma musical que ficou famosa pelo compartilhamento de mp3 na rede) pra mim o principal matador e revolucionário ao mesmo tempo. Para mim, o napster só consegue destruir a indústria fonográfica por conta de outros fatores éticos, que agregaram na falta de responsabilidade por outros fatores que eu não irei citar nesta matéria (ficará como tema pra minha nova coluna que irá estrear em breve). Quanto a união dentro da música em si, é uma coisa que existe e não existe, variando entre estilos como por exemplo o sertanejo universitário é um tipo de música que possui uma cena muito unida, o que não acontece tão forte no rock atualmente ao meu ver.
Olha, geralmente se começa muito cedo dentro do nosso mundo musical, não é mesmo? A Isabella, filha do Léo da banda carioca Limber que o diga (hehehe, olha ela na foto ao lado toda fofa cantando com o pai). E é isso, é preciso dar esse contato com a música pros pequenos, pra que eles cresçam tendo essa liberdade de expressão com eles e então possam desfrutar dessa paixão. Sim, eles são a esperança em todos os sentidos, mas depende de nós hoje fazer uma cena melhor, um espaço melhor pra que no futuro a próxima geração tenha escolhas boas.
Heim, vamos relembrar alguns clássicos e continuar falando dos jovens, que tal? Será que as novas febres do cenário musical num modo geral irão aparecer em algum festival de faculdade, como foi há muito tempo atrás com Os Engenheiros do Hawaii por exemplo? Independente de onde venha a acontecer as novas estrelas, eu só espero que elas aconteçam (mas é claro né?). Havia muita ousadia nas décadas de 60,70 etc, e talvez seja isso que falte hoje, essa ousadia onde levantavam muitos movimentos e acabava que por criar novos estilos de se vestir, acho que sinto uma certa vontade de ver isso acontecer de novo e não é criticar a nova geração por não fazer igual, é criticar por não fazer nada nem se reinventar nesse ponto, acredito que isso seja crucial pra essência da coisa. Eu particularmente gosto muito de rodas de hardcore e pra ser sincero nunca mais presenciei uma (pode ser que eu esteja procurando errado, tomara).
Uma geração é repassada pra outra, e se há algo errado e a coisa não muda, não vai ser persistindo no erro que vai mudar, pois a herança cultural é repassada pra ser levada adiante, então o que tem que mudar não necessariamente é o que está a mostra, e sim os más costumes, a má índole, ou qualquer coisa relacionada ao fracasso que geralmente está espalhado por setores externos, nunca relacionada a música e seus movimentos que por sua vez são preciosidades. Esse assunto é um quebra-cabeça que muitos estilos musicais vem discutindo, eu apenas estou deixando minha visão sobre o assunto. Quer saber mais sobre meu ponto de vista? Pergunte-me! Vamos interagir, pode me mandar e-mail pra contatoseguins@gmail.com que respondo.
E pra finalizar digo-lhes o seguinte pessoal: não importa sua raça, cor, etnia nem sua estatura física. Seja deficiente, tímido ou autista, a música não tem preconceitos. E é isso, a música nos une! Quando você ouve algo belo, você não procura saber se o autor é branco ou amarelo, você ouve e aplaude, sente e inspira aquele sentimento repassado. A música é sem fronteiras, é algo a se dedilhar com os olhos, e se apreciar com a alma. Seja underground ou mainstream, rock ou sertanejo, música cristã ou do "mundo", que seja com conteúdo ou só pra dançar, que seja música e tenha verdade, clássica ou contemporânea, que faça você vibrar. A música é isso! #Paz!