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#PapoIndependente - Como vai a cena independente?


"Fujo da imagem para abandonar a cena

E caio na viagem de solução-problema..." - trecho de "Happy End" da banda de rock "Nove Zero Nove".

E aí galera linda do meu Brasilzão! Você que acompanha o movimento underground vai se identificar com a matéria de hoje. Então eu te pergunto: Como vai a cena independente?

Galera da banda Noise Under Control e seus fãs. Crédito da foto: Alexandre Pinheiro

A música é a arte de expressar-se sentimentos da alma. Através da música podemos sorrir, chorar, sentir, vibrar, etc. A melodia que completa a harmonia, é como um casamento perfeito proporcionado pela sintonia que se é dada naturalmente. Ah, a música! Algo tão singelo, tão delicado e que rege tantas vidas. Será que estão dando o seu devido valor a tal preciosidade?

Não sei como seria sem a música, e é por isso que lutamos tanto pela existência e permanência dela em nossas vidas. Mas é claro que sempre irá haver música não é verdade? Ainda mais com tanta gente fazendo música, produzindo, tocando, seja pra grande mídia ou não, o importante é que essa história toda de fazer música nunca vai acabar,não é mesmo? Pensando nisso eu reflito: Afinal, como vai a cena? Veja o que me falaram:

“... Para mim hoje a cena é mais separada pela internet e pela presença. Não só pela cena, mas todas as relações virtuais estão um pouco mais distantes, então naturalmente a cena acaba sendo assim...” – Helen Assis vocalista da banda de rock Amplifica.

“... A cena da música comercial tem muitos artistas sem qualidade, mas com apoio da grande mídia. Cenário independente tem muitos artistas de altíssima qualidade, porém não tem divulgação adequada... Nós músicos temos que trabalhar melhor a nossa imagem...” – Henrique Simões, vocalista e baixista da banda de Heavy Metal Anjos da Sombra.

“... Cara, já são 15 anos me dedicando a tocar em bandas no Espirito Santo e no Rio de Janeiro. Nesse tempo pude ver a cena sempre se renovando, mas ainda com protagonismo das bandas antigas. De uns quatro anos para cá tenho observado uma mudança radical acontecer. A galera das bandas está se unindo e se ajudando nas divulgações e produzindo seus próprios eventos...” – Emílio, baixista da banda de hardcore Filtro Vermelho.

“ A cena pra mim parece vir evoluindo muito nos últimos tempos. Parece que estamos indo pra um novo ciclo. Muita coisa acontecendo, muita banda botando pra quebrar, público crescendo...” – Bernardo, vocalista da banda de rock Circus.

Banda Filtro Vermelho e seus fãs. Crédito da foto: Vidal

“... Existem muitos espaços legais pelo Rio de Janeiro que o público não comparece...” – Wagner Inácio, baterista da banda Setor Bronx.

“... A cena em questão regional tá se amadurecendo... Em âmbito nacional está em uma das melhores épocas...” – João Chacal, colunista da Muito Além do Microfone.

“... Então, eu sinceramente acho que está massa! E não vejo o porquê das pessoas reclamarem de não ter bandas boas sendo que tem. Elas reclamam de barriga cheia. As pessoas se prendem a coisas antigas, vivem e se alimentam de coisas antigas. Se não tiver uma mente aberta tu não vai pra lugar nenhum, seja no sentido que for... Só porque não está na rádio não quer dizer que não exista...” – Camila Borges, fã da banda Scalene.

“... Cara, a cena pra mim está cada dia crescendo mais e mesmo com todas as dificuldades que a gente encontra, eu ainda acredito que a gente vai quebrar todas as barreiras e a cena undergound vai ficar top e crescer de um jeito que ninguém imagina... E iremos ter muito mais valorização, apesar de tudo...” – Mariana Pantuzzo, youtuber do canal O Nosso Som.

“... Dezena de bandas maneiras surgindo ou alavancando sua carreira, com uma diversidade de sons e estilos que dá orgulho. Muita gente não vê isso ou porque acaba não tendo acesso ou porque tem a visão fechada pro atual, que é uma postura que tem que mudar... Muita gente ainda não conhece a cena por falta de interesse mesmo, pois ter que correr atrás de música não é algo que todo mundo queira fazer...” – Sebastião Venâncio, baixista da banda Verônica Não Veio. Banda Koppa de Brasília-DF e seus fãs. Créditos: Jr.Rosa

“... Acho que a cena ta morrendo. Por causa de que? Porque os shows não estão lotando? Sim, também, mas por que os shows não estão lotando? A culpa é das próprias bandas... As bandas tem que se juntar e não competir...” – Jonas Redfield, vocalista e guitarrista da banda de post HC Fugindo da Realidade.

"... A cena segue cada vez mais forte, acho que todas as bandas que tem um trabalho maneiro e dedicado estão começando a ir para um outro nível, agora nosso fortalecimento está indo para um caminho de ajudar outras bandas a seguirem e passarem pelo caminho das pedras..." - Mauricio Kyann, vocalista da banda de rock Nove Zero Nove.

"... Nota-se que ainda é necessário mais apoio da galera que curte a cena, estar mais presente nos shows. Tem que sair de casa, fazer aquele esforcinho depois do trabalho e ir lá assistir as bandas. Porque os músicos, dedicam a maior parte do seu tempo compondo, ensaiando, divulgando... E nós como fãs, que gostamos do underground temos que dar apoio a eles, estando lá no show, comprando seu material. Devemos dar a eles esse reconhecimento, por nos oferecer músicas de qualidade..." - Danielle Cezar, técnica administrativa.

"... Todos tem a capacidade de chegar lá, basta acreditar e fazer funcionar bem esse grande conjunto de engrenagem." - Gustavo Tavares, vocalista e guitarrista da banda de rock Fighting Stick.

"...Cara, eu vejo que tem cada vez mais bandas e artistas buscando desenvolver um trabalho consistente pra se destacar num mercado que ninguém ta sabendo como funciona pelas mudanças da atualidade e da modernidade. Tanto aqui no sudeste quanto na Paraíba vejo artistas entendendo que o mainstream talvez seja uma guerra perdida e apostando na originalidade e no engajamento de um público de nicho específico..." - Cleanto Neto, baixista da banda Analice.

"...Ultimamente aqui em São Paulo, eu percebo que esses movimentos eles se dissiparam um pouco..." - Bruna Oliveira, jornalista.

"... A cena está rolando, mas eu acho que tem muita gente que está preocupada em aparecer ao invés de permanecer, e a gente tem que permanecer é com música!" - Pietro Santos, vocalista da banda de rock Cândido.

Então é isso galera, como se pôde ver, uma coisa está bem em comum entre o pensamento de todos os envolvidos: vá aos shows, movimente a cena! Se você é músico, faça música, deixe seu legado. É isso! Um forte abraço à todos!

Foto com a galera da banda Circus e seus fãs.

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