#Resenha: Festival Songbird

Quando se fala em festival novo é complicado, lugar novo mais ainda, porém nada disso atrapalhou o Festival Song Bird realizado nesse domingo, 15 de outubro. Com sua primeira edição realizada no Estúdio Aquarius o festival levou a Auzter e a Sétima Era para um show aconchegante e repleto de troca.

Com ótimos equipamentos, cerveja num preço bom e um cone doce recheado da Conitos, que foi muito elogiado, a atmosfera ficou propícia pro show das duas bandas que seguraram os presentes.

Começando pela Sétima Era, a banda chegou com uma música autoral que mostrava uma baita influência de Planet Hemp, bastante pressão, bastante rap e poucas linhas melódicas nos vocais. O show em si não continuou nesse âmbito, as músicas mais calmas e com mais swingue preenchia o set por praticamente por completo.

Com dois vocais, a banda cadenciava entre as partes rimadas do Anderson e as partes mais cantadas do Di, que mostrou que tanto como primeira ou segunda voz era absurdamente talentoso. O guitarrista Lucas deu um show a parte: com riffs, solos e diversos efeitos bem usados em todas as músicas, ele mostrava que sabia o que tava fazendo.

Tanto as autorais quanto as, praticamente, releituras mostravam bem o estilo de som da banda. Com Rael, Seu Jorge misturado com Anitta, Anitta misturada com D2, Charlie Brown Jr misturado com Lulu Santos, a banda sempre investia numa pegada que misturava o rap com uma sonoridade mais pop e roots. As famosas baladinhas não ficaram de fora, e nas autorais a banda mostrou que isso eles tão fazendo bem.

A segunda banda da noite foi a Auzter, formada dentro de uma escola de música, talento não faltava. Eles abriram o show com "Poeta Equilibrista", que foi relançada numa versão ao vivo há pouco tempo atrás. Nos covers a banda atacou em hits nacionais de décadas diferentes, flutuando por Paralamas, Cazuza, Lenine e Vanessa da Matta. Em "Boa Sorte", de Vanessa da Matta e Bem Harper. O guitarrista e tecladista Matheus dividiu os vocais com o Rubens, vocalista oficial da banda, e fez tão bem quantos as linhas de guitarra e teclado que estavam ótimas.

Se a noite foi de alguém no domingo foi dos guitarristas, Fabio não deixou a peteca cair e brilhou como o Lucas da Sétima Era. Em conjunto com toda a banda ele fazia parte de um instrumental homogêneo onde todos estavam bem interligados, grooves de bateria e baixo, além dos solos e bases de guitarra.

Uma coisa que chama atenção no show é como as releituras soam naturais para a banda, se as letras não estivessem tão em nossa consciência não pareceria que eram de outros artistas. "Vambora" da Adriana Calcanhoto está disponível no Youtube.