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Entrevista Larissa Maxine, a "Mulher-Diabo". que estrelou "Quando A Lua Cheia Sai: Um


Larissa Maxine, curitibana, formada em Direito, Jornalismo e Artes Cênicas é atriz e dançarina burlesca e fez duas personagens no curta-clipe récem-lançado do Matanza "Quando A Lua Cheia Sai: Um Maldito Filme Do Matanza". Aconteceu uma conversa pré-entrevista que devido ao fato de ter contido tantas informações relevantes, resolvi incluir a própria conversa como parte da entrevista. Segue abaixo todo esse muito produtivo diálogo.

MADM: Queria saber se você faz a loira do bar no curta do Matanza também? Porque ela é bem diferente da outra personagem.

Larissa: Sim, eu faço as duas personagens. Eu faço a Patricinha, que a gente chamou ela assim e faço a vampira demoníaca assassina. Na verdade essa loira guia o cara que chega na balada doidão, olha ela e acha que ela tá dando mole, e, na verdade ela não está ou está e começa a perceber que o cara é um babaca e ele fica com essa imagem na cabeça , e movido a essa mulher, essa paixão, ele se enfia num buraco maior, que é esse inferno que foi o Saloon 79.

São duas personagens bem diferentes . Eu acho que tem um subjetivo do cara perder tudo pela mulher, saca? E aí talvez não importa muito qual seja a mulher (ela ri). Eu acho que tem muito disso. É doido porque acho que esse clipe é muito feminista, ela guia ele pra esse covil, ela brinca com essa luxúria e na real, é o tempo inteiro ela colocando a boceta na mesa, então, acho que esse clipe é muito feminista nesse sentido. Foi incrível de se fazer. O diretor que é o Alex Medeiros é muito bom, fez várias coisas, e Matanza é uma banda que eu gosto pra caramba. Me sinto super lisonjeada de ter feito.

MADM: Pow, obrigado que já me deu uma luz para quando fizermos a entrevista completa (na verdade, ela já tava rolando hehe). Vou inclusive reassistir o clipe para elaborar mais perguntas.

Larissa: Eu acho que algumas coisas que posso te adiantar que são maneiras sobre o clipe é que o diretor se inspira muito no cinema italiano, no Dario Argento pra fazer a iluminação. Como você pode ver que tem um roxo, vermelho. É fantástico nesse sentido de cor. A fotografia é muito impecável. A gente tem essa brincadeira com a mesma atriz (no caso ela) fazendo duas personagens diferentes. É um filme né cara? Ele tem toda uma sequência narrativa. Começo, meio e fim. Jornada Do Herói. O cara que é o anti-herói. E acho que é uma parada muito legal a associação que rola com a música. Foi o primeiro que apareceu, viu acontecer e você tem uma imagem do cara sendo o porteiro.

E, o primeiro a ver todo o caos acontecendo é o porteiro da noite. Eu acho que o filme tem várias sutilezas. Procura a IMDB do Alex Medeiros. Ele está dirigindo uma série que não lembro o nome, da Globo. O concept, a ideia original do clipe, foi dele e do Jimmy (Jimmy London, vocalista do Matanza) e tem as participações dos membros da banda e mais uma vez mataram o Jimmy (ela ri). Sensacional, né? Sempre isso! Mentira! Nem sempre, mas... Mas ficou sensacional a forma como a história se desenrola igual um filme de terror. O incrível é ver essa safra que a gente está tendo de bons diretores de terror, dessa narrativa que é tão importante e durante todo tempo foi subjugada. Bora fazer filme de terror!

O figurino foi uma criação minha, eu procurei referências de steampunk, e pra fazer o show ontem eu trouxe referências de cyberpunk. Então, a personagem tem sua cara de apocalipse, fim do mundo. Na real, é muito doido a gente falar sobre o vampiro, porque o vampiro é uma analogia do medo do estranho, do desconhecido atravessar sua janela. É um tipo de apocalipse, de fim do mundo. Enfim, existe essa referência visual que ela criou pro show uma referência cyberpunk e pro clipe ela tem de steampunk.

MADM: Vamos começar então!

MADM: Larissa, muitos já sabem de seus trabalhos e ligações com a dança e dramaturgia. Porém, gostaria de saber sua relação com a música seja como apreciadora, integrante do meio ou trabalhos artísticos em que você esteve envolvida com músicos e com a música.

Larissa: Eu fiz muito clipe na vida. Tem um que tenho muito orgulho do Martin e Eduardo. A direção é da Clara Lobo. O Martin e o Eduardo que são o guitarra e batera da Pitty. O nome do clipe é Stranger Things (ela cai na risada ao perceber o erro e corrige em seguida), Strange Dyas. Ô referência de terror! Eu tenho muito orgulho desse clipe, ele é muito bonito, ele é muito leve, apesar de contar com uma história muito forte dessa mulher que quer criar coragem, asas pra fugir de casa. É um clipe muito bonito. Fiz também com a Colorphonics, "Deslizar" (Deslizar Em Outras Palavras") que é um clipe muito lindo também.

Eu fiz algumas dezenas de clipes na história. Eu fiz o último do Merda, que a gente foi super rechaçado, porque teve nudez, e, caralho?! É uma banda punk, como que a essa altura do campeonato em 2017, tão preocupados com minhas tetas e, enfim, tive que me pronunciar.

Eu fiz os últimos dois clipes da Maldita, e, enfim tem uma porrada de coisa. E como apreciadora, já fui muito mais pesquisadora do que hoje em dia. Quando trabalhava na televisão como jornalista, a pauta de cultura cobria também música e isso me movia a pesquisar mais, ouvir mais, porém, acho que hoje em dia com a idade, a gente deixa de ser um pouco xiita, antes só queria saber de rock. Hoje já escuto outras coisas, procuro outras coisas. Eu acho que entender que boa música não importa o gênero vem com a idade também.

Pra você ter uma ideia do que está na minha playlist nos últimos dias, eu tenho ouvido muito Frank Sinatra.

Eu tenho paixão por esses italianos, tem um cara que chama Fred Buscaglioni, diz a lenda que ele era o Fred Que Buscava as bebidas na época da ilegalidade do álcool pra máfia italiana. Gosto muito desse cara. Vale a pena pesquisar.

MADM: Em diversas entrevistas, você sempre deixou claro o seu fascínio pelo terror e como você traz isso para o seu trabalho com o burlesco. E a gente sabe que o Rock/Metal tem muita influência do terror e bandas que se dedicam a só falar disso. E seria interessante você falar de músicas que você curte no Rock/Metal e principalmente as bandas que te influenciam no terror que imagino que tenham várias.

Larissa: Então, não escuto muito Metal. Não é um gênero que eu escute muito. Eu acho na minha super singela opinião, que a melhor banda de todos os tempos é o Metal Macumbeiro do Gangrena (Gangrena Gasosa, banda conhecida do underground carioca) (ela ri). Porque eles são muito zoação. Cara, referência de músicas de terror, eu te diria a galera do Psychobilly, muito mais forte do que do Metal. Eu acho que essas referências que você tem de The Cramps, "Devil Behind That Bush" é uma música que já dancei diversas vezes. Eu me sinto muito mais conectada com o Psychobilly do que com o Metal.

Aliás, no Caranaval desse ano tive a super-honra de dançar em minha terra natal que é Curitiba pro Psycho Carnival, que é um dos maiores festivais de Psychopbilly da América, que é uma honra participar, são grandes amigos.

E a gente fica com um medo absurdo, carai, primeira vez dançando em Curitiba, que tem uma tradição super moralista, super pesada. Eu jamais poderia fazer o que faço da vida se eu estivesse em Curitiba. Mas enfim, o show foi ótimo, foi maravilhoso, espero que a gente possa repetir e acredito que eu vá repetir ano que vem. E assim, pra quem gosta dessa referência de terror, eu super recomendo essa pesquisa, esse mergulho pela galera do Batmobile e toda essa galera do Psychobilly.

E aí eu queria muito fazer um salve, um agradecimento pela existência do Saloon 79. Queria agradecer o Tony por existir, persistir e lutar pra ter esse único bar, um dos poucos, pouquíssimos bares aqui da cidade que tem espaço para o Rock. Então seria impossível a gente falar do Rock no Rio De Janeiro e não falar do Saloon. A gente sabe que é muita guerrilha, que ele luta muito pra manter esse lugar aberto. A gente fez recentemente esse evento no Saloon, eu dancei, o Jimmy tocou e a gente fez esse evento e gravamos o clipe porque entendemos o quanto esse lugar é importante.

MADM: Atentando ainda mais sobre a questão da sua carreira e aspectos técnicos, eu queria saber quais seriam as diferenças de se atuar em séries como você já fez no Comedy Central e Canal Brasil e de se atuar num curta-clipe como você fez com o Matanza? Fale sobre as diferenças técnicas, modo de se fazer a pesquisa e o que muda na concepção do trabalho.

Larissa: São linguagens cinematográficas bem diferentes. Eu acho que o videoclipe é cinema, então, quando a gente vai fazer um longa a gente tem normalmente quatro, cinco meses de pesquisa de personagem, roteiro, quem é, o que come, o que faz, onde anda. E já pra série tudo muda, você recebe o roteiro de um dia pro outro, igual em novela, por exemplo, o personagem pode ter uma super reviravolta de um tempo pro outro e você precisa estar preparado pra essas mudanças. Eu acho que tem uma parada desse grande, médio e pequeno, a câmera te pega de uma forma, o seu olhar, a sua voz, imposição, no meu caso, plumas e paietês, eu acho que são linguagens bem diferentes.

MADM: Você pratica um estilo de dança , que, creio eu, não seja conhecida popularmente no Brasil pela grande massa. Eu mesmo não sabia muito sobre burlesco, e a gente que tá na música, volta e meia, reclama sobre a diversidade musical que a gente tem e como só alguns estilos musicais são priorizados pela grande mídia.

E como você vê a questão da arte como um todo, porque é sempre aquele tipo de filme e série que pega no mainstream, sempre é aquela dança mais popularizada, sempre aquele tipo de música.

Você vê como alguma culpa por parte da grande mídia ou do público que não pesquisa, não acompanha. Ou é algo por causa da mídia que se limita a monopolizar o que ela quer mostrar e acaba oferecendo poucas opções massivamente e deixa o resto pra quem pesquisa. Como você vê isso tudo, essas diferenças, o tratamento dado por essas instituições na dança, na dramaturgia e na música?

Larissa: O que vou te responder vai ser em partes. O burlesco surgiu no século XVI, a mulher não podia ser atriz, essa era uma profissão exclusivamente masculina e as prostitutas morrendo de vontade de atuarem, começaram a enquanto tiravam a roupa a cantarem, dançarem, criarem personagens, era uma forma de burlar a regra, uma forma de brincar com isso, brincar com o não.

A associação da prostituta com a atriz é muito recente. A Fernanda Montenegro tirou seu DRT de atriz na delegacia. Então essa visão de uma profissão regulamentada e respeitada é muito recente. É claro que eu poderia ter todo um discurso, eu poderia aprofundar mais essa ligação do pornô mas eu vou continuar a responder a sua pergunta.

Eu acho que a mídia muitas vezes é preguiçosa, então ela populariza e facilita porque, hoje em dia a gente precisa pensar na manchete né? Tá tudo ali naquele Tweet, naquelas três linhas.

Então, as pessoas, o público médio comum se acostuma a receber uma determinada informação e a achar que é isso. Hoje em dia, não é o poder da informação, é o poder da atenção, saca? Tipo, você recebe essa informação e aí você tem essa vontade de conhecer mais, de saber mais e isso se estende pra todas artes. Não só pras artes, pra tudo em geral, se você perguntar quais são os poderes do governo, são três Poderes, ninguém vai saber, não sabem nem em quem votaram (ela ri de novo).

Na arte, não! Acho que no geral existe uma preguiça do saber que é uma pena, mas a gente tá aqui pra mostrar que é maravilhoso o conhecimento de leitura, porra! Vamos ler cacete! Também tem isso da gente tirar como se o público não tivesse capacidade de entender, acho que tem sim, todos nós temos. Acho que tinha que ter uma educação melhor mesmo, é isso.

MADM: Isso abre margem pra mais uma pergunta e como vejo, você tem toda uma politização, uma ligação com o feminismo. Sabemos que você realiza um tipo de trabalho, que, querendo ou não, envolve muito sua disposição corporal e quebrar o tabu. E isso é meio divergente dentro do próprio âmbito da militância feminista.

Algumas vêem isso como um ativismo que atrapalha a causa, querendo ou não, isso agrada o público homem hétero, falam que isso fetichiza, contribui pra objetificação e queria realmente ver a sua visão, pois como vejo você não tem uma versão meramente puritana em relação ao corpo como alguns segmentos da causa feminista.

Larissa: A gente tem um movimento feminista muito forte que tá acontecendo e não tá acontecendo agora. Quando a gente começa a tratar do sufrágio universal. Isso lá por meados do século XVIII, a gente tem essas mulheres buscando a indepedência. A independência para o voto, o mercado de trabalho, e de deixarem de ser objetos, largar da objetificação aonde elas eram propriedade de seus esposos.

Então, quando a gente traz isso pro nosso contemporâneo, o que mudou de lá pra cá?Hoje em dia, a mulher vota, mas hoje em dia por mais que a mulher possa estar no mercado de trabalho, o salário dela ainda é menor do que o homem. Então se a gente se atém a essas mudanças, nos últimos 100 anos, o que aconteceu dessas sufragistas pra cá? Poucas coisas. Poucas fortes coisas aconteceram como anticoncepcional, o direito ao voto, acesso ao mercado de trabalho, mas, a mulher ainda ganha menos, a mulher ainda sofre e passa no seu cotidiano questões fortíssimas porque a sociedade é patriarcal.

Uma das questões sobre a sociedade patriarcal é que tudo é feito em cima do falo. Relações humanas, relações de construções arquitetônicas, tudo é feito em cima do bel-prazer e da ostentação do másculo. E ai, como que a gente se encaixa nisso, nós mulheres? Meu Deus não é um Deus barbudo, meu Deus não é branco, esse Deus branco homem barbudo, eu não crio nenhuma identificação com ele, então, como posso ter uma identificação com essa sociedade que caminha cada vez mais pra um fanatismo religoso. Então, quando você me pergunta se o fato de trabalhar com sensualidade, dispor o meu corpo, afasta da luta do feminismo é muito importante que você escute meu ponto de vista. Se eu sair na rua h0je, tô com calor, tô me sentindo uma gata, olhei aquela blusinha na C&A e falei: caralho, que blusa linda, que sainha gostosa! E eu quero usar essa roupa porque tô me sentindo gostosa. Se eu sair na rua e eu for estuprada, a culpa passa a ser minha porque eu saí com aquela sainha.

Olha a inversão de valores em nossa sociedade. O estupro não vai para o estuprador. Quem cometeu o crime, quem é o criminoso, quem falhou e teve uma ação é esse homem, no entanto, quem paga por isso é a mulher. Aí a gente volta no quesito religioso, que na religião monoteísta que são as principais religiões aqui do mundo que são o cristianismo, o islamismo e o judaísmo, a mulher é pecadora, ela é Eva, então ela precisa arcar todos os meses, aquele sangue não é o sangue da fertilidade, que diz que ela está apta a procriar, aquele sangue é um castigo. Então, se eu sair na rua a culpa é minha, e agora eu destino essa parte da entrevista especialmente pra outras mulheres que possam ler e espero que elas venham de coração aberto nesse pensamento que vou dizer.

Manas, a gente tem uma competição muito forte uma entre as outras."Ah! Aquela vagabunda", "Ah! Ela vai ficar com meu namorado", meninas, essa competição incentivada pela sociedade tem um motivo. Enquanto eu e você nos colocamos como inimigos é mais fácil, porque, a gente tá lutando por uma vaga de trabalho e a gente nem percebe que a gente tá ganhando 40% a menos, porque a gente tá se matando entre nós duas, nós dez, nós quinze, e a gente não percebe o quão menos estamos ganhando.

E a gente tem isso no cotidiano, não só no mercado profissional, a gente: " essa é a vagabunda do prédio", ao invés da gente defender a menina, pois, ainda é um passo muito novo a nossa liberdade sexual. Ainda é um passo novo poder dizer: "eu tenho tesão". Você tem, eu tenho, todas nós temos. Faz parte da natureza humana o tesão. Mas ao invés disso, a gente olha discriminatoriamente. A gente olha com preconceito. Quando você me pergunta se objetificar o meu corpo trabalhando com a sensualidade desfaz a luta do movimento feminista, eu vou dizer exatamente o contrário, foi a forma que encontrei de gritar para o movimento feminista. É o meu corpo. E não importa se eu estou fantasiada de capeta na sexta e no sábado eu tô de Cupido, ninguém pode me tocar.

Diversas vezes a forma como eu saio de casa é porque eu tô me achando uma gata, e é isso. E ninguém tem absolutamente nada a ver com isso.

Se eu quisesse ter uma santa costurada dentro da boceta que nem o coletivo Coyote fez, eu poderia, esse coletivo artístico fez essa manifestação artística de forma tão chocante pra mostrar que a boceta é dela, e como é dela.

Então, acho que a gente precisa parar de levantar bandeira de Internet e vamos levantar bandeira do nosso cotidiano. Quando chega essa menina na sua roda e surge seu preconceito, tenta quebrar ele, escuta a história dessa mulher.

Quanto a questão da objetificação, se for o meu corpo, e o meu corpo eu escolhi como instrumento de trabalho, ele é MEU objeto de trabalho, e, acredite em mim, eu não tenho produtora, não tenho absolutamente ninguém que ganhe em cima do meu trabalho. Hoje em dia, eu tenho uma equipe que tenho condições de contratar, eu fecho meu cachê. Tem um diretor que se chama Carlos Volto, tem uma produtora Débora Lima. Se tem alguma coisa de gravação, tem a pessoa do som que é o Marcelo Mareu. Então, hoje em dia, pra Maxine funcionar existem quatro pessoas que trabalham comigo, mas, o objeto do trabalho, o meu corpo, a minha fala, o meu canto, o meu riso, é meu e o lucro que daí vem é meu. Então, eu acho que se a mulher que tá fazendo aquele comercial de cerveja, que as pessoas tanto rechaçam: "ah, é porque tá botando a mulher do lado da cerveja", se ela sabe que aquele corpo que ela deve malhar feito uma louca, que aquele corpo que ela não come carne, que aquele corpo que ela se dedica é o objeto do trabalho dela, desde que ninguém ganhe em cima do corpo dela e aí falamos de rufianismo, qual é o problema?

Acredito que vai demorar, até porque estamos agora numa fase muito negra da política, aonde essa religião se expande em tentáculos cada vez mais fortes na sociedade e a gente tá mais perto do Islã com sua burca do que estamos perto de uma democracia.

Então, mulheres, o machismo também vem da gente. Quando você olha pra mulher que tá de sainha pequena na balada, ao invés de você pensar: "biscate, vagabunda!", olha pra ela e pergunta onde ela comprou essa saia, porque eu garanto que essa saia deve tar linda. A gente tem que se unir agora, eu sei que existem divergências, em qualquer grupo coletivo existe uma forte separação e uma forte competição, mas, essa competição só existe porque enquanto a gente perde tempo tendo raiva uma das outras, o Temer tá ai, aprovando cada vez mais e mais medidas, e cada vez menos e menos direitos trabalhistas.

Eu não sei o alcance dessa entrevista, não sei se vou poder tocar o coração de vocês, mas, o que posso dizer e é de coração, é que a gente precisa ser mais forte e não deixar eles vencerem.

Confira aqui os outros clipes estrelados por Larissa Maxine:

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